Publicado em Comportamento, Música, Reflexão

Representatividade negra na nossa música

No dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares, um grande líder e símbolo da resistência negra no país, morria na região da Serra dos Dois Irmãos no Estado de Pernambuco. Mesmo com 322 anos da morte do último líder do Quilombo de Palmares, pessoas negras sofrem com preconceito, discriminação, além de acusações de vitimismo enquanto pessoas são agredidas gratuitamente por um único motivo: a cor da pele.

Ontem, foi comemorado o dia da Consciência Negra no Brasil com o intuito de trazer reflexões e visibilidade àqueles que muitas vezes sofrem no seu cotidiano. A música brasileira possui grandes cantores  renomados e artistas negros em ascensão que merecem um play  e por isso listei algumas músicas para dar ritmo a sua semana. Vamos à playlist?

Rincon Sapiência

Rincon Sapiência, com muito estilo e rimas, traz um rap empoderado em “A Coisa Tá Preta” que referencia as lutas do período escravocrata, além do grande ícone Zumbi, fazendo uma ligação com a permanente luta da população negra contra o preconceito.

“Se eu te falar que a coisa tá preta
A coisa ta boa, pode acreditar
Seu preconceito vai arrumar treta
Sai dessa garoa que é pra não moiá”


Elza Soares

Aos 87 anos Elza Sores continua sendo um grande símbolo da música nacional, a mulher que enfrentou racismo, a pobreza, preconceitos e a violência hoje brilha ao falar da sua luta e mostrar seu empoderamento para todos. Nessa segunda-feira (20), a cantora lançou uma nova versão do seu sucesso “A Carne ” com a participação da judoca Rafaela Silva.

“A carne mais barata do mercado é a carne negra”.


Marvyn

Marvyn é um carioca que largou o litoral para morar na capital do país desde 1997. Em entrevista ao G1 o cantor afirma que faz MNB (música negra brasileira) e é através da internet e de forma independente que o cantor vem fazendo sua música ser conhecida.

“Respeita minha pele preta
Meu orgulho negro
E é assim que eu sou
respeita o meu cabelo preto”


Preta Rara

Joyce Fernandes, conhecida popularmente como Preta Rara, faz em uma jornada dupla a conscientização das pessoas através da música e da sala de aula. Com uma carreira de cerca de doze anos, a cantora traz a militância negra e feminista de forma muito presente em suas composições.

“Negra Sim, Não sou Mulata
Hey! Corrijam suas palavras 
Negra Sim, Não sou Mulata
Nos somos negras não importa o que haja”


Nina Oliveira

Conheci a música de Nina Oliveira ao ver um vídeo da música “Bondade Eternamente” com a participação do cantor Rubel. Com uma voz doce e serena, a cantora conta a história de Dandara, símbolo da mulher negra e esposa de Zumbi dos Palmares de uma forma encantadora.

“Dandara do meu quilombo
Me faz livre e voar
Rainha do meu congo
Me dá forças pra lutar
Ê Dandara”

 

Um abraço virtual,

Yasmin Vilar

Publicado em Cultura, Geral, Séries

Stranger Girls

Dê um play na música antes de começar a ler ❤

No dia 27 de Outubro a Netflix disponibilizou para os usuários a segunda temporada de Stranger Things para que todos pudessem matar a saudade das crianças de Hawkins e  dos seus amigos. A segunda temporada nos presenteou com grandes surpresas na história, e não estou somente falando da linda amizade entre Steve e Dustin ou do Bob que é um grande herói. Com algumas mudanças de cenário a tornando mais urbana, uma trilha sonora que continua impecável, e a introdução de novos personagens para nos apegarmos dentro da série . Hoje venho explicar mais um motivo que me faz ser maluca pela série: os papéis femininos.

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Max, personagem nova de Stranger Things 2

Apesar de Dustin, Will, Mike e Lucas terem um grande espaço no coração dos fã, os irmãos Duffer conseguiram criar mulheres extremamente fortes e destemidas, dispostas a lutar pelo que querem e até mesmo de derrotar o Demogorgon ou Democão (fica ao seu critério). Dentro do elenco infantil Eleven enfrenta monstros sobrenaturais , vai atrás do seu passado e toma decisões sobre largar a cidade e voltar para Hawkins. Já Mad Max se mostra forte, destemida e gosta de coisas nerds como fliperama, anda de skate e  tudo isso enquanto lida com um irmão bad boy que decide mantê-la afastada dos seus amigos.

Resultado de imagem para gif stranger things 2Nancy Wheeler é a garota estudiosa que larga tudo para ir atrás do mistério sobre o que aconteceu com sua amiga Barb, faz suas escolhas amorosas, se arrisca e até mesmo toma partido ao usar uma espingarda como arma para se defender de criaturas do mundo invertido.

Joyce Byers é uma mãe que cria seus dois filhos sozinha e faz de tudo para salvar o pequeno Will desde a primeira temporada, arranjando jeitos de se comunicar e não ligando para aqueles que afirmavam que ela estava louca. Uma mulher forte, corajosa que faz de tudo por alguém que ama.

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Joyce Byers interpretada por Winona Ryder

Até mesmo fora do elenco principal as outras mulheres apresentam suas personalidades marcantes, desde as mães até mesmo a pequena irmã de Lucas com sua língua afiada ao alfinetar o irmão mais velho sempre que é possível. Todas elas marcantes, cativantes e que fazem acontecer uma identificação automaticamente por parte do público que se reconhecerá ou lembrará de uma mãe, amiga ou parente, mostrando assim o poder que as mulheres tem dentro daquele universo.

Uma forma de provar isso é através do teste de Bechdel que é utilizado no universo da ficção para avaliar o papel das mulheres em um filme ou série. Essa só é aprovada no teste quando se tem pelo menos duas mulheres, que conversam entre si, sobre algo que não é um homem. Stranger Things é mais que aprovado no teste, trazendo assim um empoderamento e a não objetificação à públicos de diversas idades.

No mundo real eu desejo ter um pouco dessas heroínas, garotas estranhas que enfrentam com coragem os desafios que o mundo invertido prepara para cada uma delas, ter sua determinação e personalidade, para então enfrentar os demogorgons diários do mundo real onde habito.

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Um abraço virtual,

Yasmin Vilar

Publicado em Cinema, Cultura

Ele precisava de cor

Durante o mês passado um mini-documentário estrelado por Jim Carrey se tornou viral na plataforma Vimeo. “I Needed Color” veio para mostrar a fase que o ator vem vivendo nos últimos anos onde vem evitando aparecer na mídia, embora que tenha estrelado “Amores Canibais” (The Bad batch) este ano e com aparência quase irreconhecível para o papel.

O vídeo com cerca de seis minutos mostra uma nova paixão do ator: a pintura. Jim relata que desde pequeno passava parte do tempo fazendo performances para familiares e amigos e a outra parte era ocupada por poesias e seus desenhos. Porém há cerca de seis anos viu na pintura uma forma de curar seu coração partido após a sua separação com Jenny McCarth. Além disso ele revela que o inverno em Nova York foram um dos motivos que contribuíram – “Eu precisava de cor”

O ator Jim Carrey  pintando no escuro com cores neon um dos seus quadros.
Jim Carrey e pintura neon – Foto: Reprodução do documentário

Este seu lado artístico já fora apresentado uma vez no programa da Ellen Degeneres, onde em uma brincadeira fez com latas de spray uma pintura no chão representando Debi & Lóide, porém desta vez a sensibilidade e seriedade mostra ao público que Jim Carrey é um artista completo e é possível ver a excelência em suas pinturas.

Jim Carrey sentado sobre um balde pintando uma das suas obras. Ao fundo, seu apartamento com telas espalhadas.
Jim  pintando em seu apartamento – foto: reprodução do documentário

Carrey diz que quando começou a pintar estava tão obcecado que o apartamento repleto de quadros o fazia mal ter lugar para se mover, e que desse modo parte das obras acabaram se tornando sua mobília, chegando muitas vezes a comer encima dos quadros.

Durante o vídeo Jim explica alguma das suas obras como algumas relacionadas a figura de Jesus Cristo e a do coração incendiando ao entrar na atmosfera quando é perdido. Este lado sensível do ator era muitas vezes escondido pelo seu lado comediante, porém é possível notar um lado extremamente sensível e de certa forma triste, que precisava ser exposto de alguma maneira. 

“Você pode dizer o que eu amo pelas cores das pinturas, dá para saber como é minha vida íntima pela obscuridade de algumas e dá para saber o que eu quero pelo brilho dos quadros” – Jim Carrey

Com muita delicadeza o documentário nos leva à reflexão sobre expressar seus sentimentos, seja através de uma forma artística como Jim fez, ou até mesmo o simples ato de falar que pode ajudar na nossa estabilidade emocional. Jim vem mostrando que sua vocação vai muito além da comédia, podendo sim ser um grande ator dramático como em “Brilho Eterno de Uma Mente sem lembranças”, assim como um pintor.

Sua primeira exposição “Sunshower” que leva o nome de uma das suas pinturas ocorrerá no dia 23 de Setembro em Las Vegas, o site da exposição contém mais um pequeno vídeo sobre seu trabalho.  Confira na galeria abaixo alguma de suas obras.

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Um abraço colorido,

Yasmin Vilar

Publicado em Geral, Reflexão

A maturidade do autoconhecimento

Esse post veio da necessidade de conversar com você leitor sobre decisões e vida adulta. A vida adulta bateu em minha porta nessas férias e me fez tomar decisões drásticas incluindo deixar de fazer uma das coisas que mais gosto que é escrever.

Você cresce, os compromissos começam a surgir, são realizações que você quer vivenciar, mesmo que para seguir o padrão do mundo em que você vive. E aí com tantos planos pré-moldados você começa a se deformar para encaixar naquela tal forma da felicidade que a internet nos vende. Estude como se não houvesse amanhã, trabalhe muito para que você aproveite o amanhã, e preencha todos os espaços vazios do seu dia em uma rotina sufocante que vai te engolir em algum momento. E agora eu te pergunto, até que ponto essa fórmula mágica e certeira não te fará mal?

Cada um tem um tempo e muitas vezes esses sacrifícios malucos te deixarão infeliz em questão de poucos dias, duas semanas para ser mais exata. Choros repentinos, estresse, dor em todas as partes do corpo por um sonho que você nunca teve e só vivencia para seguir o padrão da vida adulta.  Tudo bem você não fazer faculdade, não trabalhar assim que sai do Ensino Médio, ou fazer todas essas coisas juntas, contanto que você REALMENTE queira fazê-las.

O blog passou por um recesso por falta de tempo e a saudades de escrever estava me consumindo. E eu voltei e agora para ficar (parafraseando Roberto Carlos), para fazer novamente o que mais amo e me faz feliz que é me expressar, seja no papel por hobbie ou pela profissão que escolhi.

Escolhi me dar um tempo para poder vivenciar meu sonho. Me torno menos adulta por isso? Nem um pouco! Adulto mesmo é você ter consciência das suas decisões e do que te faz bem, então, com o seu testemunho, nesse texto me torno adulta através das palavras que expressam  meu íntimo.

 

Um abraço virtual,

Yasmin Vilar

 

Publicado em Cinema, Cultura

As estrelas escondidas da NASA

Resultado de imagem para hidden figures tumblrNo domingo passado (09) resolvi riscar mais um filme da minha lista. Escolhi Estrelas Além do Tempo” (Hidden Figures é o título original). O filme foi lançado no dia 02 de fevereiro e conta com as atrizes Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, além das atuações de Kevin Costner e Jim Parsons (o Sheldon de The Big Bang Teory).

O filme se passa no ano de 1961, época em que o planeta vivia em momentos de tensão devido a Guerra Fria entre a URSS e o EUA. Os dois países competiam na corrida espacial tendo o avanço da URSS com o envio de um cachorro, e os EUA investindo e correndo contra ao tempo para o envio do primeiro americano a orbitar a Terra John Gleen. Além disso conhecemos a história de três afro-americanas responsáveis por tal feito: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson.

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Katherine Johnson e a atriz Taraji P. Henson respectivamente

Katherine Johnson sempre foi uma criança prodígio e isso não mudou com o passar do tempo. Ela era formada em física e matemática e trabalhava como “calculadora humana” juntamente com um grupo de mulheres negras, até ser designada a trabalhar como calculadora para conferir os cálculos dos engenheiros da NASA. A personagem que é mãe assim como suas colegas e viúva enfrenta o preconceito dos colegas de trabalho por ser a única afrodescendente a trabalhar com brancos em pleno período de segregação racial nos Estados Unidos. Ela contribuiu com os cálculos para o lançamento à órbita de John Gleen e fez parte da equipe para lançamento do Apolo II. Katherine recebeu das mãos do ex-presidente Barack Obama a medalha presidencial da liberdade no ano de 2015.

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Dorothy Vaughan e Octavia Spencer

Dorothy Vaughan era professora de matemática, mas passou a trabalhar na equipe oeste da NACA (que se tornou NASA posteriormente) ela exercia o papel de supervisora das garotas dos cálculos mesmo sem receber por tal função ou ser promovida e viu seu emprego e o de mais 30 garotas serem ameaçados com a chegada do computador IBM responsável pela atividade de calcular. Dorothy viu na tecnologia a chance de garantir seu emprego e passou a estudar e ensinar suas colegas a operar a máquina. Ela se tornou a primeira supervisora negra da NACA e com a mudança para NASA trabalhou na divisão de análise e computação.

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Mary Jackson e Janelle Monáe

Mary Jackson era formada em matemática e física e trabalhava no setor oeste da NACA  até que foi designada para trabalhar com um engenheiro em um túnel de alta pressão. Para designar seu trabalho precisava ter o diploma de engenheira e então com o apoio do engenheiro Kazimierz Czarnecki, seu marido e amigas foi para a justiça para conseguir estudar em uma universidade destinada apenas para brancos. Mary foi a primeira engenheira negra da NASA e realizou vários estudos sobre as limitações da camada de ar em aeronaves.

O empoderamento do trio

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Além das mentes brilhantes o filme aborda questões que infelizmente continuam presentes em nossa sociedade até hoje: o machismo e o racismo. Durante o filme é notável a subestimação em relação as personagens por parte dos homens que sempre questionam e surpreendem-se com a inteligência das garotas que são o cérebro da instituição. Várias cenas mostram diálogos onde as protagonistas rebatem as críticas mostrando o quão poderosas são.

Outra questão muito discutida no filme é sobre o racismo e a segregação que fazia parte da sociedade americana graças as Leis de Jim Crow que inclusive proibiam que pessoas negras ou que possuíssem algum negro como antepassado se casassem com uma branca. Era extremamente comum haverem objetos destinados as pessoas “de cor” como banheiros separados, escolas, assentos em transportes públicos e até mesmo a cafeteira da personagem Katherine Johnson que não era tocada pelos colegas.

Aos poucos vemos no filme as pequenas conquistas das protagonistas e seus grupos e vibramos com cada uma delas por mais pequenas que sejam como a destruição dos banheiros segregados dentro da NASA até mesmo a promoção das personagens a cargos maiores.

Sendo assim “Estrelas Além do tempo” é um filme empoderado que nos faz refletir, principalmente por ser baseado em fatos reais, sobre as conquistas que mulheres e outros grupos ainda tem que percorrer para combater os pequenos desafios que ainda estão presentes mesmo após quase 60 anos. Certamente o filme levou alguns dos seus espectadores (assim como a mim) as lágrimas com seu relato sobre a vida de três mulheres americanas que entraram para a história com sua inteligência e perseverança.

 

Vários abraços virtuais e um bom filme,

Yasmin Vilar

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A arte de dizer NÃO

Sempre tive muita dificuldade de dizer não.  Parte de mim não queria decepcionar as pessoas, ou parecer grosseira, mas com o passar dos anos notei que ele é necessário e é algo que você aprende a fazer.

Desde os folhetos da rua que no final do dia chegavam a encher uma sacolinha plástica, grandes favores para amigos que poderiam muito bem fazê-los,  a terrível mania de querer carregar o mundo sobre as costas querendo dar conta de tudo e de todos, até que o cansaço bateu à porta, balançou a minha saúde e eu pensei: agora já deu!

Aprendi a me valorizar, a cuidar de mim mesma e refletir sobre as situações, ninguém é obrigado a agradar a todas as pessoas ao seu redor apenas para parecer bacana. Hoje continuo fazendo favores, mas aqueles alcançáveis, que não me prejudicam e feitos de coração com a real intenção de ajudar, ou seja, muito mais sinceros.

Devemos dizer não para relações abusivas, não para coisas que não queremos como o da Maísa em plena rede nacional (afinal ela não é obrigada a nada), para a violência, preconceito e machismo, dizer não para pessoas que te sobrecarregam por comodidade e até mesmo amizades que não são muito sólidas (porque qualidade nunca foi sinônimo de quantidade). Dizer  um não para tudo aquilo que nos empurra para baixo quando somente queremos nos reerguer, mas dizer sim para as oportunidades da vida afinal uma coisa não anula a outra.

É difícil ter essa coragem mas é uma prática que leva tempo e deve ser feita aos poucos, para nos fortalecer. Ela nos mostra quem realmente está conosco e não só para usufruir da nossa bondade e permissibilidade que somos ensinados a ter, aprenda a ter mais que o sim na ponta da língua e seja quem você quiser.

Um abraço virtual,

Yasmin Vilar

Publicado em Cultura, Música

O pop tocantinense de Anavitória

Ana Clara Caetano e Vitória Falcão  formam juntas o duo Anavitória que vem conquistando o coração do Brasil com seu pop rural (segundo a descrição dada por elas).

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Ana Clara Caetano e Vitória Falcão respectivamente

A dupla que tem origem de uma cidade tocantinense chamada Araguaína se conheceu ainda na escola e começaram a se envolver musicalmente anos depois graças a alguns covers de canções como “Let Her Go” – Passenger, “Toxic” – Britney Spears e “Um Dia Após o Outro” , do padrinho do duo, Tiago Iorc. Ana foi para a faculdade em  Minas Gerais e Vitória foi para São Paulo fazer teatro, durante as férias as garotas combinavam quais videos iam gravar juntas até que surgiu a vontade de cantar algo autoral.

E foi cantando “Singular” ( uma canção da Ana Caetano) que as vozes das meninas se tornaram conhecidas em uma ascensão incrivelmente rápida com os incontáveis compartilhamentos nas redes sociais.

“É tão particular o meu encontro quando é com você
O meu sorriso quando tem o teu pra acompanhar
As minhas histórias quando você para pra escutar
A minha vida quando tenho alguém pra chamar
De vida” – Anavitória em Singular

 

EP de estréia do duo

“Singular” foi o single do EP intitulado Anavitória lançado no ano de 2015 pela dupla. O EP foi lançado virtualmente e contava com 4 faixas: “Chamego Meu”, “Singular”, “Cores” e “Tentender”.

O sucesso foi tanto que após uma campanha de Crowdfunding online (financiamento coletivo) através do

Capa do álbum “ANAVITÓRIA”

Catarse a dupla gravou o seu primeiro álbum homônimo chamado Anavitória sob a direção do cantor Tiago Iorc.

O álbum foi lançado no mês de agosto do ano passado conta com 11 faixas incluindo
“Trevo (Tu)” canção do duo com seu padrinho que estourou nas rádios e fez parte da trilha sonora da novela Malhação.

 

Fiz esse post com o intuito de mostrar para o mundo o talento que estas garotas tem. Para ouvi-las cantar e encantar a todos com suas canções sobre o amor. Então deixo para vocês algumas das canções das meninas incluindo o poema “Barquinho de Papel” de Lucas veiga que a Ana Caetano musicalizou.

 

Um abraço virtual,

Yasmin Vilar

 

 

 

 

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Encontro marcado

Este post vem da necessidade de desabafar. Desabafar sobre essa mania terrível de tentar se encaixar nas mais variadas situações possíveis, fugindo da sua essência, do seu verdadeiro eu para se sentir integrado em algo.

Foram várias tentativas de mudanças ao longo desses anos, a personalidade mais quieta e caseira apesar de brincalhona, era o gosto musical que parecia estranho demais para uma garota da minha idade, minhas roupas que eram diferentes com meus casaquinhos de gente velha (como se moda tivesse idade), a escolha da profissão que tanto mudei de opinião à respeito por medo e falta de autoconhecimento.

Tentei me encaixar em grupos que nada tinha a ver comigo, tentei músicas, passei por cores e até a falta delas (sim, eu me vestia muito de preto), comidas, livros, filmes. Foram dias que se tornaram meses e anos até finalmente a encontra. Encontrar a verdadeira garota que habita em mim.

São várias mudanças, experiências e coisas que vamos guardando na nossa malinha de mão, mas isso só permite que esse encontro se torne cada vez mais frequente e amigável.

Encontrei uma garota que ama seus casaquinhos de velhas, roupas diferentes, coloridas e estampadas para combinar com a personalidade que é bem humorada e muito mais leve atualmente. A menina que na playlist passa de pop dos anos 2000 para The Beatles e Chico Buarque em questão de poucos minutos, que ainda não assiste filmes de terror, e associa o clima do dia através da cor do céu. Encontrou uma profissão para seguir e se for necessário trocará para continuar se encontrando. Não sinto vergonha, nem medo de dizer aos quatros ventos minhas preferências, que somadas me tornam única nesse planeta de 7 bilhões de habitantes que também deveriam se sentir assim.

Aqui na agenda deixei um futuro encontro marcado comigo mesma, para me entender e refletir, para me conhecer. E você, já se encontrou recentemente?

 

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Olha pro céu meu amor

Ano após ano é cada vez mais notável a transformação que vem ocorrendo no modo junino de festejar. As típicas quermesses que antes contavam com forró e pratos típicos vêm se adaptando para sobreviverem ao tempo.

“Olha pro céu meu amor, veja como as bandeirinhas diminuíram, a fogueira apagou e o sanfoneiro se aposentou”

As bandeirinhas foram diminuindo e aos poucos se tornaram decoração apenas das pequenas festas ou de alguma festinha da escola. A quadrilha que tanto me enchia os olhos com seus chapéus de palha de vestidos rodados perderam espaço para o estilo country que tem como característica o chapéu de cowboy, a bota que tanto bate no chão nas canções e as camisas xadrez.

O pau de fitas perdeu espaço, a fogueira foi apagada. As comidas tão típicas como cuzcuz, milho quente, pipoca aos poucos perderam espaços para o hot-dog, hambúrguer e batatas fritas acompanhadas de queijo cheddar. Não irei nem falar do pé-de-moleque, paçoca e da maçã do amor que pelo visto foi a única sobrevivente.

O sanfoneiro parou, o triângulo já não soa tanto assim, mas vemos que um evento tão grandioso foi capaz de abraçar outros estilos e o novo jeito de comer do brasileiro. É capaz de ter na mesma noite um artista cantando Asa Branca, uma banda de forró estilizado e um sucesso recente da música sertaneja.

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Quadrilha se apresentando

A transformação era inevitável, e esse texto não é uma crítica ao que ela se tornou, pelo contrário, é uma homenagem um pouco nostálgica, mas cheia de orgulho das origens que tenho e que ainda resistem nas escolas e em cidades espalhadas pelo país. Aos poucos a festa se tornou ainda mais popular e ganhou o coração de outros públicos. Ainda tem moça fazendo prece ao santo casamenteiro, competição entre Caruaru e Campina Grande para saber qual tem o maior São João (lógico que é Caruaru), maçã do amor, roupas coloridas e pintinhas enfeitando os rostos da meninada. Meu São João está vivíssimo nos corações que sempre pulsam mais forte ao ouvir as notas que aquele homem da sanfona arretada nos deixou.

Um “xero” virtual,

Yasmin Vilar

Publicado em Cultura, Música

Deixe Liniker bagunçar você

Liniker de Barros Ferreira Campos é araraquarense e vocalista da banda “Liniker e os Caramelows”. A dona da voz poderosa vem ganhando a internet e palcos internacionais com letras brasileiras em um soul gostoso de se ouvir.

No mês de Março o cantor participou do programa “Amor e Sexo” da Rede Globo e chamou atenção pela sua interpretação da música Geni e o Zepelim de Chico Buarque.

“O que eu sei é que eu sou bicha, preta, pobre e estou aí, batalhando por um povo” – Liniker em entrevista ao G1

 

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Liniker cantando – Foto: Reprodução do Youtube

 

Com turbantes, vestidos, batons cintilantes, brincos e barba o cantor está fazendo sucesso nas redes e mostrando o empoderamento dos negros e do movimento LGBT (nas redes sociais o artista faz bonito). Liniker conta em entrevistas que prefere não determinar seu gênero por não saber se é O Liniker ou A Liniker,podendo ser tratado por ambas formas. Ele afirma também que já sofreu preconceito e racismo, porém isso não o impediu de continuar mostrando seu trabalho.

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EP “Cru”

 

“Cru” é o EP de estréia da banda que foi lançado no ano de 2015 de maneira independente. O disco conta com as faixas “Zero”, “Caeu” e “Louise du Brésil”  que logo tomaram conta na internet.

“Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração
Peguei até o que era mais normal de nós
E coube tudo na malinha de mão do meu coração” – Zero

Capa do álbum “Remonta”

Já “Remonta” é o segundo trabalho da banda. O álbum foi lançado em 2016 no mês de setembro. O álbum conta com 13 faixas, incluindo os três sucessos do EP anterior. A capa com aparência minimalista foi inspirada nos cadernos com a caligrafia do vocalista e o espaço em branco representa a liberdade que cada um tem para criar seu conceito. Além do mais o álbum conta com uma dedicatória para a  backing vocal Barbára Rosa que participou das gravações do EP “Cru’, mas veio a falecer no mês de junho. O álbum recebeu 3,5 estrelas da Rolling Stones Brasil. Entre os dias 2 e 20 de Junho a banda realizou uma turnê na Europa que passou pela Espanha, França, Alemanha, Inglaterra e Portugal para cantar seus sucessos.

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Foto de divulgação da banda

Agora deixo para você algumas músicas para conhecer o trabalho de Liniker e os Caramelows:

 

Um abraço virtual,

Yasmin Vilar